De 8 em 8 anos o país depara-se consigo,
buscando um salvador. Cada cenário é pior que o anterior, em que se acreditava
ter atingido a lama. O regime militar, por seus 20 anos, teve altos e baixos. Foi um momento de grande pujança econômica, com fortes alianças com Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, países que em grande medida impulsionaram o desenvolvimento do país tanto pela importação de equipamentos para nossa indústria de base e setor industrial em geral, quanto pelo aporte de recursos de capital estrangeiro produtivo, via implantação de multinacionais.
Dessa forma, considera-se que sequer se aproximou ou pode ser comparado com a
desordem política, institucional e estagnação econômica produzidas ao longo dos demais governos democráticos que o sucederam, em especial a Era PT e sua Nova Matriz Econômica, que levou o país ao colapso pelo qual estamos passando.
A estabilidade jurídica e ordem institucional assegurou em grande medida que isso se efetivasse. Suas falhas foram a manutenção da economia fechada ao plano
internacional e herança inflacionária.
Uma série de vídeos vêm sendo postados pelo jornal Estadão, sob o título “A Reconstrução do Brasil : O que é fundamental”. Saúde,
educação e segurança e reformas : Correto ! Mas saliento que, ainda que o novo
salvador foque nesses temas, faremos novo vôo de galinha (caso não seja lula e
outros, que prometem cubanizar com afinco dessa vez). E os problemas
persistirão.
Nossa malfadada constituição analítica de 1988 é socialista, e o
estado de coisas presenciado decorre em grande parte desse elefante branco que
ela criou (e que continua crescendo), o agigantamento estatal. O ponto de partida para uma mudança, de fato, é
jogá-la no lixo, e produzir outra, sintética, prescrevendo diretrizes
essenciais, focadas numa república parlamentarista, com direitos e deveres
básicos, defesa sagrada da propriedade privada, bem como previsão de mecanismos
republicanos de defesa contra tiranias mascaradas de democracia.
Para demais questões específicas, normas
infra-constitucionais tecendo Estado apenas necessário, proibição de
sindicatos, previdência individual e capitalizada, livre comércio e facilitação
a um ambiente de negócios internos e externos, proibição de exportação de
commodities sem processamento industrial, ausência de estatais e autarquias,
tributação simplificada e com carga até 20%, arrecadação privilegiando os
municípios, previsão forçada de investimentos em educação, saúde, saneamento e
defesa.
Se tudo fosse integralmente
efetivado, num período de 10 anos seriam observados progressos significativos, e, o mais importante, em caráter permanente,
deixando 40 anos de pasmaceira para trás. Obviamente, abolir a atual constituição de 1988 em proveito de uma como acima enumerada, além de medidas pró-mercado, formam um cenário utópico ! E
contrário à própria utopia socialista que gradualmente temos experimentado
desde 1988. Pois o grau de ruptura que seria necessário é impraticável !
Porém, cabe frisar, por perfeito e
preferível que fosse, pouco dele se poderia obter com a atual corrupção
política que está espraiada, e que é pré-existente em boa parcela da nossa sociedade.
Em sentido contrário, tampouco, com uma sociedade integralmente proba, não seria
de todo ruim o pior sistema político e econômico imaginável, se assim fosse
possível, de onde ainda se poderiam extrair alguns bons resultados, ainda que
insuficientes.
A questão a ser tratada, nesse ínterim, são eficiência, eficácia
e incentivos. O livre mercado, considerado eficiente, ainda que com suas
mazelas, induz o cidadão à idoneidade pelo esforço pessoal, o que se traduz
pelo mérito. Ele sabe que depende apenas dele, e que precisa obter lucro em
suas ações. Para tanto, precisará agir corretamente para tudo, porque isso
tanto ser-lhe-á exigido, quanto pela concorrência com os demais iguais a ele. A
premiação será o acesso ao conforto material, que ele sabe estar assegurado,
porque em seu país há segurança jurídica, estabilidade econômica e ampla
inovação no mercado. Ao passo que o socialismo, em sentido oposto, induz, em
virtude da burocracia que produz, à proliferação da malandragem e desonestidade,
por razões de sobrevivência (econômica, política, funcional, institucional e
judicial).
Até mesmo os incentivos, para um e outro lado, agem de formas
opostas. No séc. XIX, enquanto ainda não havia meios de se romper com a
escravidão, observava-se elevada mortalidade, acima de 30%, e condições
desumanas de tratamento, nas rotas de navios para a américa e Austrália. Foi mudada
a forma de pagamento a capitães de navios negreiros. Em vez de ocorrer na
origem, passou a sê-lo no destino, com incidência de desconto para cada escravo
morto. Isso fez com que o tratamento melhorasse, assim como a alimentação, e a
mortalidade foi reduzida a quase zero.
No Brasil o empresário é pouco
incentivado a inovar, mas muito a sonegar, por razões tanto de sobrevivência
quanto por um mecanismo chamado REFIS, que parcela em 100 vezes ou mais sua
dívida, sem juros. Já parlamentares, a emendar projetos de lei criando programas
de duração infinita, para assim obterem acesso a recursos orçamentários. Assim
como traficantes são compelidos às drogas e tráfico de armas, haja vista o
retorno financeiro vis a vis o risco
prisional. Portanto, ao não termos como romper drasticamente com a tendência de
crescimento continuado Estatal, é preciso que sejam trabalhados aqueles meios
(incentivos) que permitam o surgimento e crescimento das empresas, e com elas,
dos empregos, pois são a fonte dos recursos de governo. Em 2018, terá grande
margem de vitória o candidato que assim propugnar.
Eduardo Mendonça de Lima
Aspirante a Oficial pela PMDF, Bacharel em Economia, pós-graduado em Administração Financeira, e em Análise, Elaboração e Avaliação de Projetos, pela FGV-Brasília. Cursou o mestrado em Economia do Desenvolvimento pela PUCRS. Ex-integrante do Geipot (Min. Transportes) e Agência Brasileira de Cooperação (Min. das Relações Exteriores). Atuou em empresas de porte do setor privado. Atualmente é avaliador de Empresas, perito judicial e docente em cursos de pós-graduação em Macroeconomia e Valuation. Ex-Conselheiro do Corecon-RS - 2010-2016.
Eduardo Mendonça de Lima
Aspirante a Oficial pela PMDF, Bacharel em Economia, pós-graduado em Administração Financeira, e em Análise, Elaboração e Avaliação de Projetos, pela FGV-Brasília. Cursou o mestrado em Economia do Desenvolvimento pela PUCRS. Ex-integrante do Geipot (Min. Transportes) e Agência Brasileira de Cooperação (Min. das Relações Exteriores). Atuou em empresas de porte do setor privado. Atualmente é avaliador de Empresas, perito judicial e docente em cursos de pós-graduação em Macroeconomia e Valuation. Ex-Conselheiro do Corecon-RS - 2010-2016.