Uma fissão nuclear ocorre a partir do
bombardeamento de um nêutron de um átomo contra seu núcleo, que faz repartir o
átomo em duas partes, que vem a se chocar com outros dois, prosseguindo até o
processo entrar em colapso. Uma nova bolha financeira mundial está se formando
em diversos mercados financeiros, cujas previsões vêem um limiar para entre
fins de 2017 e primeiros meses de 2018. Os economistas Mohamed A.El Erian e o suíço Marc Faber (também investidor), e os financistas norte-americanos Bill Gross e Jim Rogers, antevêem esse colapso.
El Erian |
Marc Faber |
Jim Rogers |
William (Bill) Gross |
Por aqui nossos bancos seguem altamente endividados em
mais de R$ 900 bilhões, igualmente pela aquisição de títulos do Tesouro para
rolagem de nossa gigantesca dívida interna, que atingiu em abril deste ano
cerca de R$
3,988 trilhões (em 2002 era de cerca de R$ 640 bi). Uma parcela de R$ 280 bilhões desse endividamento foi apenas para capitalizar o BNDES, que
acabou emprestando a somente uma empresa, a JBS, cerca de R$ 8,1 bi. Desse endividamento total, 23% são detidos por bancos, 22% por fundos de investimento, 25% por
fundos previdenciários (16,2% em 2012, variação de 54%), 15% por estrangeiros e
6% pelo próprio governo.
Em 2008, em algumas semanas, a ajuda
financeira entre os EUA e diversos países europeus estancou o que viria a ser catastrófico. Foram cerca de US$ 25 trilhões à época. Somente nos EUA, até 2010, tiveram de ser gastos US$ 12.8 trilhões para que fosse reerguida a economia (fonte : pbs.org). Como exemplo do
esforço produzido, o PIB mundial em 2011 foi de US$ 79,39 trilhões.
Bolhas financeiras, apesar de seu caráter cíclico, em grande medida originam-se de arroubos de governo na expansão de crédito, gastos e investimentos desmesurados, crescimento estatal e aposentadorias funcionais. Euforias econômicas de governo que repercutem sobre a valorização de empresas e de suas ações, títulos públicos lançados para a rolagem de endividamentos e esquemas Ponzi e corrupção embutida que surgem no esteio de outras euforias derivadas, as financeiras.
Ao ouvir que qualquer crise financeira seja decorrente de causa capitalista, lembre : - Boa parcela delas sempre terá em
sua composição presença massiva de estados mamutes na
economia, governos que (mesmo os não comunistas) abraçam a causa democrática
(leia-se socialista) e seu fantasioso estado de bem estar social, à base de
endividamento. Formulações mágicas keynesianistas voltadas para o crescimento econômico induzido, plataforma de quase todos os governos, seja o viés à esquerda ou à direita. Monarquias, especialmente as parlamentaristas, contrariamente a governos republicanos democráticos (socialistas), apresentam uma dinâmica mais contida. Mas ainda assim não ficam imunes.
A falência de um banco, que se torna jogo de cena, é o
detonador “nuclear”. Dá-se pelo esgotamento do processo de
rolagem desses títulos, cuja alavancagem financeira e velocidade acabam
superando as bases de suas operações calcadas na economia real. Nos EUA ocorreu no setor de hipotécas imobiliárias, com a falência do Lehman Brothers, Freddie Mac e Fannie Mae, em 2008, enquanto na Grécia o foi a partir dos gastos públicos e déficits previdenciários, levando à insolvência na rolagem de seu endividamento público, iniciada em 2010 (ainda em prosseguimento).
Passados mais de 8 anos da última crise financeira, as economias mais atingidas, como EUA, Europa, Japão e países periféricos, ainda esboçam recuperação. Uma nova cisão nos mercados financeiros globais dificilmente viria a ser totalmente absorvida. Ainda que todos os esforços viessem a ser realizados, o evento de 2008 ainda vem sendo pago. Logo, dificilmente uma resposta anti-colapso seria plena. A China repercutirá o Japão de 1991, de forma multiplicada, somando-se Europa com a maioria de seus governos e sistema bancário endividados. A bomba, . . . será nuclear !
Portanto, o momento exige serenidade quanto a investimentos, e acompanhamento sistemático diário. Para uma estratégia conservadora, quem possui ações deve programar-se, estipulando uma meta de margem de variação positiva em relação aos preços atuais até uma data futura próxima, para venda, visando abandonar o barco. Reinvista em ouro, o melhor ativo sempre, a longo prazo.
Eduardo Mendonça de Lima
Aspirante a Oficial pela PMDF, Bacharel em Economia, pós-graduado em Administração Financeira, e em Análise, Elaboração e Avaliação de Projetos, pela FGV-Brasília. Cursou o mestrado em Economia do Desenvolvimento pela PUCRS. Ex-integrante do Geipot (Min. Transportes) e Agência Brasileira de Cooperação (Min. das Relações Exteriores). Atuou em empresas de porte do setor privado. Atualmente é avaliador de Empresas, perito judicial e docente em cursos de pós-graduação em Macroeconomia e Valuation. Ex-Conselheiro do Corecon-RS - 2010-2016.
Passados mais de 8 anos da última crise financeira, as economias mais atingidas, como EUA, Europa, Japão e países periféricos, ainda esboçam recuperação. Uma nova cisão nos mercados financeiros globais dificilmente viria a ser totalmente absorvida. Ainda que todos os esforços viessem a ser realizados, o evento de 2008 ainda vem sendo pago. Logo, dificilmente uma resposta anti-colapso seria plena. A China repercutirá o Japão de 1991, de forma multiplicada, somando-se Europa com a maioria de seus governos e sistema bancário endividados. A bomba, . . . será nuclear !
Portanto, o momento exige serenidade quanto a investimentos, e acompanhamento sistemático diário. Para uma estratégia conservadora, quem possui ações deve programar-se, estipulando uma meta de margem de variação positiva em relação aos preços atuais até uma data futura próxima, para venda, visando abandonar o barco. Reinvista em ouro, o melhor ativo sempre, a longo prazo.
Eduardo Mendonça de Lima
Aspirante a Oficial pela PMDF, Bacharel em Economia, pós-graduado em Administração Financeira, e em Análise, Elaboração e Avaliação de Projetos, pela FGV-Brasília. Cursou o mestrado em Economia do Desenvolvimento pela PUCRS. Ex-integrante do Geipot (Min. Transportes) e Agência Brasileira de Cooperação (Min. das Relações Exteriores). Atuou em empresas de porte do setor privado. Atualmente é avaliador de Empresas, perito judicial e docente em cursos de pós-graduação em Macroeconomia e Valuation. Ex-Conselheiro do Corecon-RS - 2010-2016.