Considero interessante a leitura por meio do raciocínio do economista Samy Dana, a respeito do mercado acionário e ações da Petrobrás. Neste momento conturbado, este explica-nos de forma direta e didática como proceder na hora de investir, com a devida estratégia.
Opte por renda fixa (curto prazo) e ouro (médio e longo prazos). Imóveis somente ponderando o longo prazo, e se o enfrentamento de uma possível bolha imobiliária não lhe for problema. Entre ter um papel, que, embora possa vir a recuperar o valor, mas é um papel, e um imóvel, cujo valor é determinado por questões geográficas, demográficas e econômicas, pela segurança e caráter material, e não sob a ótica do investimento, é sempre preferível.
Minha opinião ? Petrobrás e Vale apresentam movimentos correlacionados. Os preços de uma puxam os preços da outra. A primeira, estatal; a segunda, privada. Porém, ambas produzem commodities, cujos preços internacionais estão em queda. Ambas respondem (ou pelo menos respondiam) por cerca de 35% de todo fluxo movimentado na Bovespa.
No curto-prazo, um mal negócio. E enquanto permanecer a organização criminosa no comando, pouco ou nada mudará na Petrobrás. No longo prazo, por ser uma estatal (apesar de quebrada, mas em se estancando sua corrupção), o valor de mercado acionário tenderá à reversão, assim como as commodities. E governos futuros nela investirão, pois é estratégica ao país. Mas para recuperar o prejuízo com a queda de 75% no valor, serão longos anos para igualar o valor perdido, para só então começar a haver algum lucro, sem considerar a inflação do período.
Opte por renda fixa (curto prazo) e ouro (médio e longo prazos). Imóveis somente ponderando o longo prazo, e se o enfrentamento de uma possível bolha imobiliária não lhe for problema. Entre ter um papel, que, embora possa vir a recuperar o valor, mas é um papel, e um imóvel, cujo valor é determinado por questões geográficas, demográficas e econômicas, pela segurança e caráter material, e não sob a ótica do investimento, é sempre preferível.
Vale a pena
continuar investindo em ações
da Petrobras e da Vale?
05/01/2015 02h00
Pergunta é de O. S., de Bauru (SP)
Para qualquer
investimento na Bolsa, é importante considerar que o real valor da ação é
aquele que o mercado está pagando no momento.
Apenas para efeitos
tributários são consideradas as variações de preço. Quando é realizado o lucro,
paga-se o imposto relativo. Para prejuízos, existe a possibilidade de
abatimento em outro ganho.
À parte da ótica dos
tributos, não vender é o mesmo que continuar a comprar diariamente ou, em
outras palavras, renovar a compra da ação por seu valor atual.
Sua ação Vale5, assim
como a Bolsa, possui um risco muito elevado. Recomendo que não ultrapasse 10%
de seu patrimônio em renda variável, uma vez que o retorno esperado por esses
papéis não compensa a alta volatilidade envolvida na aplicação.
De forma
simplificada, pode ser interessante distribuir o investimento em sete ações de
setores diferentes, como o bancário, o educacional e o de exportação. Dessa
maneira, é possível diversificar a aplicação e diluir o risco.
O investimento em uma
única ação contribui para o aumento da probabilidade de perda, pois somam-se os
riscos envolvidos na Bolsa e o específico do papel. Por isso, tal formato se
mostra bastante desinteressante.
Sua ação Petr4, por
sua vez, conta com um risco maior que a média das ações. Isso ocorre tanto
pelos recentes fatos e processos sofridos pela Petrobras, como também por se
tratar de uma empresa com alta interferência estatal que nem sempre visa os
interesses dos investidores.
AÇÃO X JURO
Não se pode esquecer
que o Brasil é um país de taxas de juros altas, ou seja, um investimento em
ações precisa subir consideravelmente para ser mais interessante que a renda
fixa de baixo risco. A Selic (taxa básica
de juros) deve atingir 12,5% ao ano ainda no primeiro trimestre. Quando se
investe em ações, portanto, perde-se a possibilidade de ganhar esses 12,5%. Assim, caso o
investimento em renda variável apresente valorização inferior a esse nível,
pode-se considerar que houve perda relativa, sobretudo se ponderado o risco.
PROTEÇÃO
Por fim, a estratégia
de venda de opções de compra de ações, combinada ao posicionamento nos papéis,
possibilita a minimização de riscos, pois limita as perdas e os ganhos. Nessa
estratégia, é importante identificar o preço de exercício ideal para que
realize um bom lucro caso o papel valorize, ou evite perdas significativas em
caso de desvalorização da ação.
Samy Dana possui Ph.D em
Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia.
Atualmente é professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da
FGV, criador e coordenador do Núcleo de Cultura, Criatividade e
Comportamento - GVcult. É consultor de empresas nacionais e internacionais dos
setores real e financeiro e de órgãos governamentais. É autor de diversos livros.
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