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Monday 11 May 2015

As Democracias Ditatoriais


Artigo publicado no Jornal do Comércio - outubro/2012
 
 
O artigo anterior pautou-se na regulação financeira dos mercados. Concluiu-se pela não regulação das operações e que houvesse um fundo garantidor de crises futuras, mas que haja fiscalização sobre a alavancagem bancária, cerne do mercado financeiro, cuja pirâmide invertida tornou-se uma completa incerteza, a cujas operações o risco tem sido sistematicamente negligenciado.
 
Nesse sentido, toda celeuma financeira atinge a economia real, em que quadros recessivos, ou até de depressão econômica, passam a manifestar restrições ao comércio internacional em proteção ao mercado interno, culminando em arroubos nacionalistas quanto à política.
 
Assim o foi em 1929, conduzindo nações à II Guerra. O tem sido agora, com a Europa clamando por socialismo, com radicalização neonazista na Grécia. Também com os Estados Unidos cismando para invadir o Irã – mas como está em ano eleitoral contém-se com a CIA propagando a Primavera Árabe, agora na Síria.
 
Não tem sido muito diferente na América Latina. Porém, aqui não é preciso muito para que ações controversas ocorram. Caudilhista por natureza, a cultura da região simpatiza com condutas ferrenhas de seus líderes. Campo fértil ao populismo e à demagogia. Diferentemente dos déspotas esclarecidos do séc. XVIII, os déspotas bananeiros agem em total ignorância às consequências de seus atos, sejam jurídicas, diplomáticas ou, principalmente, econômicas.
 
Nos primeiros sinais de balança comercial negativa, restringem, obstam ou subvertem a economia, as leis e a informação. A Venezuela, hoje stalinista, vem sendo governada por Maduro, com total intervenção do estado na economia, perseguição à opositores, fechamento de canais de televisão e censura à imprensa; Na Argentina o Cristinismo Kirchnerista estatiza empresas e fecha-se ao comércio internacional enquanto impõem limites à imprensa e determina preços de produtos e serviços, manipulando-os.
Na Bolívia, além de uma refinaria brasileira estatizada, o governo pauta sua conduta segundo índios cocaleiros, com perseguição à opositores; Já o Paraguai incentivava a invasão da propriedade privada quando seu presidente foi deposto e um cívil foi conduzido ao poder); No Equador, idem, invasões de propriedades privadas; Honduras caminhava para uma reelaboração constitucional e restrição midiática - seu presidente foi deposto;
 
No Brasil temos desordem e esculhambação desenfreadas, começando pelo MST que é financiado pelo governo, em meio a outros absurdos, tais como : - Censura à mídia; invasão de propriedade estatuída em lei de “direitos humanos”; projeto de restrição à internet; controle do judiciário pelo CNJ; perda de reputação do sistema de informações brasileiro (Abin) perante Interpol, NSA e MI6; rompimento de acordos comerciais e diplomáticos com México, Itália e Mercosul; retrocesso diplomático e dissonante ao bom senso internacional; e mensalão para financiar um “projeto” de longo prazo para implantação de um regime comunista permanente (gramscianismo).
 
Todos esses exemplos negativos de atuação do Estado tendem a afugentar o Investimento Externo DiretoIED do tipo greenfield (produtivo), variável econômica que mais tem impulsionado países ao desenvolvimento, ou à sua manutenção. Pela Paridade de Poder de Compra (custos praticados pelos Estados Unidos, cujo índice é igual a 100), estes países possuem custo médio de investimento 30 a 50% do observado por países desenvolvidos (média 115), e abaixo da média geral de 75,95, tornando-os muito viáveis e atrativos a investimentos e lucros, mas desperdiçam essa vantagem, que não perdurará.
 

Numa rápida análise de dados em cross-section para 26 países e 12 variáveis, com cinco consideradas significativas, revelaram que o IED tende a comportar-se inversamente a posturas anti-democráticas, em média com redução de 181%, revertendo o processo para gerar  fuga de capitais. De cada US$ 1,00 investido em infra-estrutura, há retorno de 2,85% a cada país; exportações e importações funcionam atraindo e repelindo, respectivamente, porém com retornos infinitesimais, e cada percentual de variação do PIB atua positivamente com 2,84% de acréscimo para os países.
 
Como dito por Hayek, na conclusão do clássico “O caminho da Servidão”, “... uma política de liberdade para o indivíduo é a única política que de fato conduz ao progresso ...”, asseguro que é tão verdadeiro e atual quanto qualquer ideologia furada.

 
Eduardo Mendonça de Lima
Economista, Corecon-RS 6.502
 
 
 
 
 
 
 

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