Artigo publicado no Jornal do Comércio - outubro/2012
O artigo anterior pautou-se na regulação financeira dos mercados. Concluiu-se
pela não regulação das operações e que houvesse um fundo garantidor de crises
futuras, mas que haja fiscalização sobre a alavancagem bancária, cerne do
mercado financeiro, cuja pirâmide invertida tornou-se uma completa incerteza, a
cujas operações o risco tem sido sistematicamente negligenciado.
Nesse sentido,
toda celeuma financeira atinge a economia real, em que quadros recessivos, ou até de depressão econômica, passam a
manifestar restrições ao comércio internacional em proteção ao mercado interno,
culminando em arroubos nacionalistas quanto à política.
Assim o foi em 1929, conduzindo
nações à II Guerra. O tem sido agora, com a Europa clamando por socialismo, com
radicalização neonazista na Grécia. Também com os Estados Unidos cismando para
invadir o Irã – mas como está em ano eleitoral contém-se com a CIA propagando a
Primavera Árabe, agora na Síria.
Não tem sido muito diferente na América
Latina. Porém, aqui não é preciso muito para que ações controversas ocorram. Caudilhista
por natureza, a cultura da região simpatiza com condutas ferrenhas de seus
líderes. Campo fértil ao populismo e à demagogia. Diferentemente dos déspotas
esclarecidos do séc. XVIII, os déspotas
bananeiros agem em total ignorância às consequências de seus atos, sejam
jurídicas, diplomáticas ou, principalmente, econômicas.
Nos primeiros sinais de
balança comercial negativa, restringem, obstam ou subvertem a economia, as leis
e a informação. A Venezuela, hoje stalinista,
vem sendo governada por Maduro, com total intervenção do estado na economia, perseguição
à opositores, fechamento de canais de televisão e censura à imprensa; Na Argentina
o Cristinismo Kirchnerista estatiza
empresas e fecha-se ao comércio internacional enquanto impõem limites à imprensa e determina
preços de produtos e serviços, manipulando-os.
Na Bolívia, além de uma
refinaria brasileira estatizada, o governo pauta sua conduta segundo índios cocaleiros, com perseguição à opositores; Já o Paraguai incentivava a invasão da propriedade privada quando seu presidente foi deposto e um cívil foi conduzido ao poder); No
Equador, idem, invasões de propriedades privadas; Honduras caminhava para uma reelaboração
constitucional e restrição midiática - seu presidente foi deposto;
No Brasil temos desordem e esculhambação desenfreadas, começando pelo MST que é financiado pelo governo, em meio a outros absurdos, tais como : - Censura à mídia; invasão de propriedade estatuída
em lei de “direitos humanos”; projeto de restrição à internet; controle do
judiciário pelo CNJ; perda de reputação do sistema de informações brasileiro
(Abin) perante Interpol, NSA e MI6; rompimento de acordos comerciais e
diplomáticos com México, Itália e Mercosul; retrocesso diplomático e dissonante
ao bom senso internacional; e mensalão para financiar um “projeto” de
longo prazo para implantação de um regime comunista permanente (gramscianismo).
Todos esses exemplos negativos de atuação do Estado tendem a afugentar o Investimento Externo Direto – IED do tipo greenfield (produtivo), variável econômica que mais tem
impulsionado países ao desenvolvimento, ou à sua manutenção. Pela Paridade de Poder de Compra (custos praticados
pelos Estados Unidos, cujo índice é igual a 100), estes países possuem custo médio de investimento 30 a 50% do observado por
países desenvolvidos (média 115), e abaixo da média geral
de 75,95, tornando-os muito viáveis e atrativos a investimentos e lucros, mas desperdiçam
essa vantagem, que não perdurará.
Numa rápida análise de dados
em cross-section para 26 países e 12
variáveis, com cinco consideradas significativas, revelaram que o IED tende
a comportar-se inversamente a posturas anti-democráticas, em média com redução
de 181%, revertendo o processo para gerar
fuga de capitais. De cada US$ 1,00 investido em infra-estrutura, há retorno de 2,85% a cada país; exportações e importações funcionam atraindo e repelindo, respectivamente, porém
com retornos infinitesimais, e cada
percentual de variação do PIB atua positivamente com 2,84% de acréscimo para
os países.
Eduardo Mendonça de Lima
Economista,
Corecon-RS 6.502
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